Michael Saylor, cofundador e presidente da Strategy, esteve em Nova York no evento Bitcoin Treasuries Unconference, onde compartilhou algumas experiências inovadoras que teve ao integrar a inteligência artificial (IA) nas operações financeiras da sua empresa. Ele destacou como essa tecnologia foi essencial para facilitar compras bilionárias de Bitcoin, trazendo um novo olhar sobre a forma como as transações financeiras podem ser realizadas.
Ele mencionou que, ao invés de enfrentar anos de complexidade jurídica, conseguiu resolver questões que demorariam uma eternidade com o auxílio da IA. Em suas palavras, “isto me deu respostas em minutos, que eu nunca teria obtido contratando milhares de advogados.” Com essa abordagem, a empresa conseguiu emitir impressionantes US$ 6 bilhões em títulos que, sem essa tecnologia, ficariam parados no caminho.
Muita da inovação que Saylor trouxe, segundo ele, foi desenvolvida em um período curto, onde dedicou um fim de semana para criar novos instrumentos financeiros. Usando a IA, ele conseguiu criar e adaptar inúmeros modelos de um título preferencial, recebendo feedback de advogados e banqueiros sobre como aquelas propostas eram totalmente inéditas. Isso mostra como, na era digital, as possibilidades são ampliadas.
### Bitcoin, tesourarias e IA
Saylor também aproveitou a oportunidade para reforçar sua crença de que o Bitcoin se tornou uma forma de capital econômico puro, comparável ao ouro. Para ele, o Bitcoin representa a essência da energia econômica, uma forma de capital que pode transformar completamente o ecossistema financeiro. Ele acredita que, com o tempo, veremos surgirem muitas “empresas de tesouraria Bitcoin”, que desempenharão papéis fundamentais no sistema financeiro global.
Ele fez uma analogia histórica, comparando essas novas entidades à Standard Oil do século XIX, que revolucionou o uso do petróleo. Na visão de Saylor, o Bitcoin funcionará como uma “matéria-prima”, que poderá ser refinada em uma variedade de produtos financeiros, desde títulos até derivativos, permitindo atender a demandas diversificadas, como as de fundos de pensão e bancos.
O executivo adicionou que, na sua percepção, duas forças estão moldando o futuro: a inteligência artificial e os ativos digitais. Ele criticou empresas que hesitam em utilizar a IA, argumentando que as que adotam essa tecnologia se tornam mais ágeis e eficazes. Da mesma forma, reforçou a ideia de que rejeitar ativos digitais é ficar para trás no mercado.
Além disso, Saylor vislumbra um futuro repleto de milhares de empresas de tesouraria Bitcoin, assim como existem muitos bancos e seguradoras hoje. Para ele, essa transformação não se resume apenas a ajustar as finanças, mas envolve reformular todo o sistema financeiro com a base sólida do Bitcoin.
Saylor lembrou a importância de entender que o mundo precisa de mais do que simplesmente Bitcoin; é essencial criar ações, crédito e serviços em uma nova era financeira, onde o Bitcoin funcione como o alicerce.
